05 dezembro 2008

Vinho-Tinto

Não vejo em seus olhos
Tantas coisas que antes refletiam
E tão sobriamente estavam lá
Me mostrando portas, campos, luz e escuridão
Agora, não vejo o reflexo do amor
Num líquido escuro, fundo, denso, gelado
Que não me passa nada além da cor
E é assim tão cru e tão cruel
Simplesmente se foi o pudor
Mas não ligo, não estou ouvindo
As palavras que lhe jorram da boca
- A mesma boca!, antes doce
E o ato de jorrar, como o sangue
Simplesmente por prazer, sem sentido
- Não significam nada, nem me tocam
Não olho em seus olhos, e não me faz falta
Não me vejo refletida, e é opaco
É duro, calado, vidrado
Já não é nada, além do passado

Gabriela Dell'Aquila "Grande Amiga"
Poemas para serem Relidos,

5 comentários:

Esse poema me surpreendeu, em um dia comum pude compartilhar da sua beleza quando minha amiga Gabriela Dell'Aquila me enviou por email, fiz o pedido para poder compartilho com os leitores do Caderno Jota, e ai está.
Muitos Agradecimentos a Gabriela, e que todos aproveitem.

Jooota! Eu é que agradeço cara, é uma honra ter um poema meu publicado aqui!
Se cuida, e vê se vem logo pra São Paulo!

vinho tinto me deixou bêbada de saudade das coisas que não terei no sábado e que me foram informadas hoje como uma pedra que chega pelo sedex 10, sem remetente pra devolução.

é ruim ser namorada.
mas é divino amar demais.

Belíssimo!

Deixei um presente pra você no Barzinho: http://blogdobarzinho.blogspot.com/2008/12/desafios-mems-prmios-etc.html

Olá magnífico poeta,
É com reverências que deixo aqui meu comentário pra ti.
Sua sensibilidade estar presente em todos fragmentos destes belíssimos versos...tua inspiração é fantástica!
Parabéns e aplauso!
com admiração e apreço,

Cely Cavalcanti.

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