10 fevereiro 2007

DAQUI UM MÊS

Ele entrou no bar e evitou olhar para as mesas onde grupos de jovens se reuniam, sentou na frente do balcão daqueles que ele sempre achou legal, mais nunca conseguia ficar muito tempo ali porque começava sempre a chegar amigos e amigas, e o balcão ficava sempre pequeno para todo mundo.

Pediu sua caipirinha de saque, como fazia há muitos anos atrás, muitos anos atrás, esse era o problema, “muitos” a sua filosofia de vida era viver a extremo mais nunca chegar ao vicio, como o cigarro, fumou dos dezesseis anos aos vinte e três, ele estaria mentindo se dissesse para alguém que não tinha sido um obstáculo para de fumar, mais era isso que ele adora, obstáculos, aos vinte já tinha parado de beber, o máximo que fazia era tomar aquela caipirinha de saque, até agora apenas nas comemorações especiais como no casamento dos seus amigos, e nossa quantos amigos já tinham se casado nesse ultimo ano.
A caipirinha deslizou pelo balcão até a sua mão, empurrada pelo barman, ele levou a boca e deu um gole, se lembrou do ultimo casamento onde todos estavam com as suas esposas e ele com uma mulher que tinha conhecido em um evento cultural há um mês, ela era linda, mas parecia irônico ele conhecê-la naquele evento, pois a ultima coisa que ela tinha é cultura. Deu um sorriso e tomou outro gole, às vezes tudo que procuramos esta num par de coxas.
Naquele dia seu amigo lhe falou “Aquele tempo velho já passou”, e quando ele se olhava no espelho tudo que via era um velho chegando. As lembranças, lembrou-se que o poeta, o que tinha se casado primeiro sempre falava “beber sem companhia e amar sem esperança”, e tomou outro gole, mas ele também foi o primeiro a se separar e logo em seguida se casar de novo, e assim por diante. Mas ele e aquele copo no balcão, realmente parecia que ele estava amando sem esperança, e não era isso que ele queria, afinal ele não estava amando e estava com esperança, olhou em volta e avistou uma linda mulher do outro lado do bar sentada com um casal, ela tinha o cabelo ruivo e pele clara, realmente o tipo de mulher que fazia o seu tipo. Pensou por alguns instantes que era coincidência, mas ele não acreditava nisso, viu um grupo de jovens sentados em uma mesa a alguns metros dela. Olhando e comentando, mas nenhum tinha coragem para chegar e oferecer-lhe um “Drink”, afinal pela cara dela estava odiando ficar ali segurando vela, mas isso era o bom da velhice, a experiência, ele era o único que podia salvá-la, lá estava o desafio, o obstáculo.

Esperou até seus olhos se cruzarem e ela sorriu, esse era o sinal se levantou e caminhou até a mesa, ofereceu uma bebida a ela, e ela aceitou, os dois se sentaram no bar e ele olhou e pensou: “-Que belo par de coxas”.Afinal tinha um casamento daqui um mês.


JOTA “Amante de caipirinha de saque”
PLATONICOS,

0 comentários:

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More