22 março 2007

CASULO

“Tem dias que você preferia não ter acordado, não pelo fato dele ter sido ruim, simplesmente por haver um desassossego dentro de você, o café parece que estar meio fraco ou muito forte você fica cansado de comer coisas que sempre gostou, e de cinco e cinco minutos para pra pensar que ainda não sabe quem você é realmente e se sabe acha que te enganaram, algumas crises de personalidade aqui, outras ali.
Foi assim que fiquei há quase duas semanas atrás, como dito nos meus textos anteriores, um tanto quanto sozinho, sem causa ou motivo especifico.”

Naquele dia eu saia de uma maçante jornada de trabalho, olhei para o mundo e ele parecia preto e branco, como disse um poeta amigo, passei pela praça de uma escola na qual eu estudei há alguns anos atrás e todos pareciam ter tons de cinza, estranhei afinal no fundo eu sabia que quem estava preto e branco não era ninguém além de mim, cheguei em casa e coloquei as mãos nas bordas de um espelho e me senti velho acabado, talvez isso devesse ser o que todos chamam de crise dos vinte, um tanto quanto estranho, parei por algum tempo com o olhar perdido ao longe, e comecei a meditar, e esse desassossego não deixou meu interior, tem horas que a solidão é tão forte que você a trocaria por qualquer companhia chata e hipócrita, que pode surgir, resisti pensei em ligar para uma menina singela que vem conseguindo chamar minha atenção e curiosidade, com seu jeito meigo e suave. Mas optei por não fazê-lo afinal a companhia dela não chegava nem perto de ser chata e hipócrita, então resisti.

Mergulhei na minha solidão e flutuei na angustia, dor e introspecção no qual me encontrava, acordei hoje, e havia algo de diferente, peguei e me olhei no espelho, na havia mais um fio de cabelo na minha cabeça eu n lugar do meu Coturno vestia um All Star de couro e sobre a cabeceira da minha cama permanecia uma jaqueta e minha companheira, a boina. Abri meu guarda-roupa e pequei uma camisa branca social, vesti fui até o banheiro e escovei meus dentes apreciando minha falta de cabelo, a estética tinha ficado pra trás, já a algum tempo, mais isso me fazia refletir sobre a opinião das outras pessoas, pra variar não cheguei a lugar algum, pensei comigo mesmo ao menos, não acordei e era uma barata.

Coloquei a jaqueta e parti para te encontrar, ainda não tenho idéia de qualquer reação sua, não sei ao certo, mas acordei me sentindo um sobrevivente de uma metamorfose extremamente necessária, como uma borboleta que sonhava que era sábio, ou um sábio que sonhou ser borboleta.

JOTA “Borboleta ou Sábio”
CAMINHOS DA MADRUGADA,

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