13 março 2007

COMPANHIA ERMA I

Bizarra, essa era a palavra da noite, apesar de não ter acontecido nada fora do comum, acho que isso que a tornava ainda mais bizarra, e talvez até desse sentido a essa palavra.
Peguei-me subindo as escadas vagarosamente, com o pensamento vago sobre o sentido desse meu caminho e o destino, não tinha a menor idéia do por que estava com aquela sensação estranha. O sentido para o qual eu caminhava e o destino era vê-la, ficar ao lado dela, conversarmos, e em algum ponto em que as palavras não se faziam mais necessárias, nos beijaríamos, mas a solidão se fazia presente de tal forma em minha alma que lutei diversas vezes para não voltar casa e trabalhar em algum texto vagarosamente e um pouco vago.
Estava em silencio, comigo mesmo, cheguei à entrada do bar e ela estava sentada em uma mesa virada de costas pra mim, aquela era minha ultima chance, afinal ela ainda não tinha me visto, e minha mente traquinava uma surpresa chegando por trás e tampando seus olhos, mais alguma sensação como já dita antes, bizarra de ficar sozinho me motivava a não entrar naquele bar.
Quando a minha bifurcação de caminhos foi levada por pela minha amiga cantora tímida de voz alta e presente gritando meu nome, e impondo uma aproximação no mínimo constrangedora diante da platéia que agora fixava o olhar em mim, enquanto eu me aproximava da sua mesa, a qual ela, ainda estava sentada de costas.
Passei e sentei na outra ponta praticamente de frente para ela, que me olhou com um cara já esperada, uma mistura de surpresa e felicidade, talvez mais surpresa, que caiam tão bem no seu olhar choroso e em seu sorriso singelo e lindo, que involuntariamente, arrancaram-me um sorriso quando nossos olhares se cruzaram.
Tomei um gole da cerveja dela, agora já estava sentado ao seu lado e conversávamos, eu falava muito pouco involuntariamente, poucas vezes desde minha adolescência tomava aquela atitude defensiva, em relação a uma pessoa, com a qual eu não conseguia esperar mais o momento em que as palavras não se fariam mais necessárias.
Era como se estivesse preso dentro de um casulo, em uma metamorfose que duraria um tempo indeterminado, tudo que eu tinha que fazer era esperar, só esperar calmo e quieto preso a algum lugar tranqüilo, mas lutando contra isso com o apoio dos meus desejos e vontades, eu arrastava aquele casulo para bares e o colocava na presença de pessoas que poderiam se sentir ofendidas diante a minha falta de ação e total introspecção na qual eu me encontrava.


Continua...

JOTA, “Vida é feita de Encontros”
PLATÔNICOS,

2 comentários:

Simplesmente lindo!!! Noites e mais noites c passam, mtas surpresas e incertezas... mas a companhia d uma pessoa qrida, eh simplesmente o q realmente qremos e precisamos, msm q seja sem mta explicação...
Nem preciso fala mais neh, Ni... Adoro seus textos!! A sutileza c q usa as palavras...
Parabéns!!! Bjs

Companhia Erma.
primeiro texto seu que leio, gostei muito. vou colocar uma palavra chave , aliás , duas.
domingo , solidão .
o texto continua se tiver que continuar. mas se ele. ela. não continuar. você continua. e com qualquer uma das mil probalidades de: ...
talvez você escreva sobre.
essa é a sua missão. Escritor.
Parabéns.

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