10 fevereiro 2007

AMOR DE UMA NOITE

Ela colocou a cabeça sobre o meu ombro e suspirou, com o nariz um pouco abaixo da gola, da minha camisa de micro fibra branca, eu senti aquele ar quente escorregar sobre o meu peito, uma de suas mãoS circulou minha cintura e a outra se encontrou com a minha entrelaçando em meus dedos, um leve cheiro de bebida, uma leve pitada de desejo inclinei-me para traz no banco do carro e sua cabeça parou sobre o meu peito, aquele abraço estava tão aconchegante que eu podia facilmente esquecer de qualquer problema, levei minha mão direita até sua cabeça e acariciei sua franja para traz da sua orelha, e puxei-a para mais perto com a mão entrelaçada na dela.Ela jogou o joelho por cima da minha perna deitando de lado, e voltou o rosto para o meu pescoço, respirando dramática e profundamente, senti levemente seus lábios escorrerem pelo meu pescoço, aquilo com certeza inquietava meus instintos, e param num beijo tão real quanto um sonho, que sem os lábios se tocarem a alma já está em êxtase, e como se os anjos tocassem uma fina melodia de harpas e flautas, ela dormiu nos meus braços.

Com um sutil jogo de corpo a deitei no banco com a cabeça apoiada na minha coxa e comecei a acariciar seu rosto que lembrava uma manhã de inverno, agora meio corado, acho que pelo efeito do vinho, se punha numa feição de tranqüilidade que aliviava minha alma.

Abri a porta do carro e acendi um cigarro, meus amigos mais que irmãos ainda conversavam e davam risada, brincando e se divertindo apenas com um copo na mão e alguns com um cigarro na outra, e um ou outro tinha a namorada sentada no colo ou encostada ao lado, e também participava da conversa.

E o meu poeta amigo olhou de longe e sorrio para mim enquanto conversava com um fragmento de inspiração, e como eu quis dizer para ele mais estava longe demais, um lindo fragmento de inspiração.O que estava deitado no meu colo e o que ele conversava. Sem duvida tínhamos um ótimo gosto.

Às vezes me pergunto se é possível amar por apenas alguns minutos, ou menos, segundos, pois naquele momento eu acariciava o rosto dela, e eu amava-a, como ninguém jamais amou, mais sabia que era apenas um sonho, eu fiquei observando e saboreando meu amor singelo até a hora de ir embora, quando ela acordou e a deixamos em sua casa, que se despediu de mim com um beijo no rosto, nada de mais.

No dia seguinte a única coisa que tinha me acompanhado do dia anterior era o vazio, a saudade das besteiras que fizemos a noite, e quando passou algumas horas lá estava eu novamente observando meus amigos mais que irmãos. Mais hoje ela não estava, dei outro gole no meu vinho, e um trago no meu cigarro, olhei para meu poeta amigo e ele sorriu também sozinho, e uma revolta de tons polifônicos me chamou a atenção vindo do meu bolso, rápida e sutil. Uma mensagem, abri não muito ansioso, era ela perguntando, o que eu ia fazer naquela noite que ela estava sozinha, fechei o celular e devolvi-o ao bolso. Todos olhavam para mim que estava com um sorriso triste e um pouco indiferente no rosto também já corado. Ergui meu copo e falei em alto e bom tom:
-Um Brinde aos amigos aqui presentes, ao vinho para que nunca acabe e aos amores de uma noite, que eu também poeta, amarei eternamente.

JOTA “O outro"
PLATONICOS,

1 comentários:

Fala J!
Cara, muito bom o texto! por enqto soh li esse...pq to fazendo uns negocios aqui... mas quando tive com mais calma eu leio mais com certeza!
parabens ae! continua escrevendo...

abraço!!!

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