11 fevereiro 2007

SAUDADE COTIDIANA

Mais uma vez o carrasco da solidão vem me acordar pela manhã, e ela sádica como sempre, me tortura com as coisas que você deixou para traz.

Ainda não tive coragem, nem forças ¹, para limpar as lembranças que você deixou espalhadas pela minha casa, como aquela camisa social jogada ao lado da porta do banheiro, que eu odeio e que, ficava tão bem sobre o seu corpo pela manhã.

É quando acordávamos, a cada manhã você parecia estar mais linda, eu preparava algo para comermos, sabendo que ao final do café da manhã você sempre corria para dentro do banheiro, ligava o chuveiro e jogava essa camisa na frente da porta.Aquilo sempre me arrancava um sorriso e como um susto, me acordava de verdade ².

E lá estava aquela camisa, jogada bruscamente por mim, diante dá tentativa falha de usá-la certa manhã, nunca ficaria tão bem em mim.

Essa louça pra ser lavada, me lembro também que eu sentava naquele banco de madeira, colocava meu caderno sobre o balcão de mármore da cozinha e começa a escrever uma poesia, me inspirando naquela cena cotidiana de você magicamente fazendo os ingredientes do almoço se transformarem em uma ótima refeição e fazendo toda a louça desaparecer ³.
Ainda poderia falar do monte de roupas sujas, os moveis empoleirados ou até mesmo do resto da casa estando totalmente um caos, mas ai caro leitor, ou principalmente leitora, você acharia que só sinto falta de alguém pra fazer o serviço doméstico, talvez, mas você também sentiria se tivesse que fazer faxina no final de semana.

Pequenas notas

1.Talvez seja a simples preguiça de fazer um trabalho que não estou acostumado.

2.Podia se isso que me acordava, mas cm certeza aquela corrida que eu dava em direção do banheiro já um pouco ansioso para beijá-la.

3.Nem sempre ela acertava na comida, mas a louça essa sim, ela sabia como lavar.


JOTA "Bicho-Preguiça"
PLATONICOS,

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